domingo, 5 de abril de 2009

Joseph Black e o Calor Latente.

“... calor é comunicado de corpos mais quentes para corpos mais frios quando os dois em contato, ou se estão próximos entre si; e a comunicação continua até que os corpos encontram-se a uma
mesma temperatura, indicando o equilíbrio de calor entre os dois ...” (J.Black, 1760)

Joseph Black


Joseph Black (1728-1799), foi um dos primeiros a se preocupar em distinguir calor e temperatura. Ele misturou quantidades diferentes de água à diferentes temperaturas e pôs em evidência a conservação de um termo de troca, o calor, que passa do corpo mais quente para o corpo mais frio. Ele estende seus trabalhos à fusão e à vaporização, verificando ,experimentalmente, que o calor necessário à mudança de estado de um corpo não é desprezível, o que era até então suposto.
Ele constata que durante a mudança de fase, o corpo acumula "calor" sem que a temperatura se eleve, introduzindo em 1761, o conceito de calor latente. Apesar de Black não fazer nenhuma expeculação sobre a natureza do "calor", suas conclusões reforçam a opinião que existe uma matéria do calor, opinião compartilhada com Lavoisier.

No link abaixo você terá acesso à um vídeo de um experimento feito pela Profª Angela Almeida da disciplina de História da Química da UFRPE, com a ajuda dos alunos de graduação Rodrigo Venício e Simone Kelli, e o apoio do Núcleo SEMENTE e do Profº Marcelo Leão, também da UFRPE, que ajuda o professor, em sala de aula, a levantar discussões com os alunos sobre o conceito de calor latente.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Galileu Galilei e o "Peso do Ar"

O Jardineiro e Galileu.
Por volta de 1630, um jardineiro construiu uma bomba aspirante para os jardins do Grão-Duque Ferdinando II de Toscana, em Florença, Itália, bomba essa que se destinava a elevar uma coluna de água acima de dez (10) metros. No entanto, por mais que o jardineiro se esforçasse no sentido de elevar a água acima da altura desejada não o conseguia, pois quando a coluna de água atingia a altura de 18 braças, isto é, cerca de 10,33 metros, ela deixava de seguir o êmbolo, formando, assim, o vácuo tão indesejado pelos aristotélicos. Quando o Grão-Duque dirigiu-se ao físico, matemático e astrônomo italiano Galileu Galilei no sentido de ele resolver essa delicada questão, o grande sábio italiano apenas respondeu que isso acontecia porque a “Natureza tinha horror ao vácuo”, mas só até certo limite.


Galileu e o “peso do ar”.
Resposta semelhante a essa, seria também dada por Galileu ao responder uma carta que o físico italiano Giovani Battista Baliani lhe escreveu, de Gênova, em 1630, relatando uma experiência que fizera. Ele tentara, sem sucesso, extrair água de um reservatório no alto de uma colina com cerca de vinte e um (21) metros de altura com um sifão. A água, contudo, atingia sempre a altura em torno de dez (10) metros logo que o tubo do sifão era destampado. Em sua carta, Galileu dizia que a ruptura da massa de água quando atingia essa altura, se devia a que ela, a água, não era capaz de suportar determinado esforço limite. O mesmo deveria acontecer com outros líquidos, acrescentou Galileu.
A solução dessa intrigante questão está ligada ao “peso do ar”. Cremos que Galileu não chegou a essa solução, pois, desde 1612, quando escreveu o livro Discorso intorno alle cose che stanno in su l´acqua (“Discurso sobre coisas que estão sob água”), acreditava que o ar não tinha peso. Apesar do físico holandês Isaac Beeckman haver afirmado, em 1614, que o ar é pesado e nos pressiona por todos os lados de uma maneira uniforme, Galileu, em 1615, afirmou: Observe que todo o ar, em si mesmo e acima da água, nada pesa... E que ninguém se surpreenda porque todo o ar não tem peso absolutamente nenhum, porque este é como água.


Galileu, Torricelli e a Pressão Atmosférica.


Em 1643, Torricelli realizou a sua célebre experiência sobre a pressão atmosférica. Com efeito, esse discípulo de Galileu tomou um tubo de vidro de cerca de quatro pés de comprimento, encheu-o de mercúrio e, com a extremidade tapada, mergulhou-o numa outra cuba contendo também mercúrio. Observou, então, que o nível de mercúrio no tubo descia, deixando no alto um espaço “aparentemente vazio”, enquanto a altura da coluna de mercúrio se mantinha em torno de 76 centímetros. Para explicar esse fato, Torricelli afirmou que a coluna de mercúrio se deslocava devido ao “peso do ar” que pressionava o mercúrio na cuba. Nessa experiência, Torricelli observou ainda que a coluna de mercúrio variava diariamente. Em 1643, experiências sobre pressão atmosférica também foram realizadas pelo físico italiano Vincenzo Viviani, discípulo de Galileu. As experiências realizadas por Viviani foram sugeridas por Torricelli (que, inclusive, não as fez).



Hoje.
Pressão atmosférica é definida como a pressão (força/área) resultante do peso da camada atmosférica sobre a superfície da Terra. Essa pressão ao nível do mar, representada por Po, no Sistema Internacional de Unidades (SI) tem o seguinte vale: Po = 101 325 pascals (pa) = 101 325 newtons/m2 (corresponde a 76 cm de Hg). Essa unidade é ainda conhecida como 1 atmosfera e, também, 1 torr.



Fonte:
http://www.seara.ufc.br/folclore/folclore102.htm

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Você sabe qual é o símbolo de Química?






Todos os cursos têm um símbolo, por exemplo, o curso de Ciências Contábeis tem como símbolo o Caduceu, que é representado por um bastão entrelaçado com duas serpentes, que na parte superior tem duas pequenas asas ou um elmo alado. Mas e o curso de Química, qual é o nosso símbolo e, ainda mais, qual é a sua origem?

Segundo consta, o símbolo da Química é uma Retorta. Ops! Não ajudou muito, pois, o que é uma Retorta?

Um pouco da história.






A Química, ciência como a conhecemos hoje, derivou diretamente da Alquimia. Dentro de todos os assuntos estudados pelos alquimistas durante séculos, a busca pela Pedra Filosofal (capaz de transformar todos os metais em ouro), a Panacéia (remédio para todos os males) e o Elixir (garantia da juventude eterna) trouxe o desenvolvimento de equipamentos que possibilitassem descobertas. Um processo de destilação foi concebido nesse contexto. A invenção da técnica e do instrumento é atribuída a Maria, a Judia (egípcia do século II): a Retorta. Esta alquimista criou também o "banho-maria". A Retorta era o "ovo filosofal", de onde saiam "espíritos" (concepção dos alquimistas para um dos contituintes da matéria).
A destilação, usando a Retorta, era uma operação alquímica relacionada a um imaginário de comunhão entre idéias mágicas, religiosas e filosóficas, associadas aos conhecimentos envolvidos nas práticas artesanais egípcias.


Lavoisier, em 1789, quando apresentou o livro Traité Élémentaire de Chimie, utilizou também, em suas pesquisas, a Retorta.

Atualmente.

Hoje, a destilação, processo baseado nas diferenças entre os pontos de ebulição das substâncias, é adequadamente explicada pela idéia de que a matéria é formada por partículas que se movimentam e interagem. O fracionamento do petróleo, a obtenção de álcoois, extração de essências, são alguns exemplos do emprego da técnica, sendo ainda um dos principais métodos de purificação de substâncias. Alambiques e retortas estão sempre presentes em imagens para caracterizar alquimistas e químicos em seus laboratórios.

Retorta como símbolo da Química.

A retorta tem papel no imaginário, relativo tanto à alquímica quanto à química, pois a destilação há muito vem sendo utilizada nas artes que envolvem o tratamento e a transformação de materiais e por estudiosos que buscavam idéias sobre a composição da matéria. Embora haja representações de símbolos como o anel benzênico, modelo molecular ou atômico e outros, pelo seu papel histórico, a retorta ainda representa a química hoje. Por isso ela está no brasão do CRQ- V.

segunda-feira, 28 de julho de 2008